A Armadura de Deus.
Autor Lucio Marciano co-autor do Blog Cotidiano Espiritual
Tomai portanto a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever. Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai enfim o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a Palavra de Deus.
(Efésios 6, 13-17.)
Para que possamos cumprir o nosso dever, precisamos estar firmes e inabaláveis. Paulo nos dá a receita para que possamos corresponder a esta condição exigida, principalmente nos dias mais difíceis. É o nosso grande Kit de segurança para a salvação.
O primeiro passo é estar cingidos com a verdade. A verdade é como o cinto que cingido à calça não a permite cair, evitando assim que sejamos expostos ao escárnio e à murmuração pública. Da mesma forma, quando não temos a verdade por companheira, é como se usássemos calças largas e sem cinto, a qualquer momento a máscara pode cair e acabamos passando por farsantes. Ter a verdade é ser verdadeiro, sincero, autêntico. É falar sempre a verdade independente das circunstâncias. Se formos verdadeiros, estaremos em alerta e evitaremos que o inimigo semeie a confusão e a divisão.
Precisamos também estar vestidos com a couraça da justiça. Agindo sempre com justiça independente dos nossos interesses, assim, seremos protegidos dos ataques potentes do demônio. Ainda que cambaleando, conseguiremos atravessar as batalhas sem que sejamos feridos mortalmente, pois, a couraça da justiça é resistente.
Estejamos prontos para anunciar o Evangelho! Em qualquer momento, em qualquer situação, por palavras ou atitudes. Sem vergonha, sem preguiça e sem medo. Paulo compara o anuncio do Evangelho com calçados porque a vida é uma caminhada e onde quer que formos precisamos estar prontos para evangelizar.
A fé nos faz olhar para além do momento presente, por isso o Espírito Santo inspirou Paulo a associá-la ao escudo. Enquanto somos bombardeados pelos dardos inflamados do Maligno, temos a graça de podermos nos esconder atrás deste maravilhoso escudo e olharmos para além da guerra e esperar com alegria a vitória que nos vem das mãos do Senhor dos exércitos e vencedor de todas as batalhas. Pela fé podemos vislumbrar o tempo de paz que sucede a guerra. A fé nos eleva a patamares mais altos de onde podemos enxergar melhor. Devemos seguir o exemplo de Zaqueu que teve fé em Jesus. Foi esta fé que o levou a subir em uma árvore para ver o Cristo que estava presente. Essa presença de Jesus causava tumulto por parte das pessoas que o rodeavam e Zaqueu sabia que além de ser baixo em estatura, aquele tumulto dificultaria e muito um contato mais próximo com o Senhor. Já de cima da árvore, mesmo sem se manifestar por gestos ou palavras, Zaqueu acabou atraindo o olhar de Jesus para si. É nossa fé que fará com que a salvação entre em nossas casas.
O capacete da salvação é a convicção de que Jesus alcançou para nós esta condição de salvos. É ter sempre em mente que ele pagou um alto preço em resgate de nossas almas e que nada do que vem de fora poderá nos arrancar das mãos do Salvador. O capacete da salvação é a certeza da fidelidade de Deus, é o escudo da mente, e isso provém da fé.
Sem armas, não poderemos lutar. De nada adiantaria estarmos vestidos de uma boa armadura protetora, se não tivéssemos uma espada ao menos para nos defendermos em caso de uma aproximação maior do inimigo. Esta espada é a Palavra de Deus! É a grande arma do Espírito Santo, pois: A palavra do Senhor é viva e eficaz, é mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e as intenções do coração. (Hb 4,12).
A Palavra de Deus nos liberta e impede que aceitemos o erro por verdade. Quando o pai da mentira nos apresenta um caminho sedutor para que sigamos, é a Palavra que revela sua astúcia e nos faz retornar. Quando o inimigo nos ataca com suas palavras dolosas carregadas de veneno, contra atacamos com a Palavra da Verdade.
O conhecimento da Palavra de Deus vai nos moldando, a leitura e a meditação constante da Bíblia vai nos mostrando onde é necessário haver mudanças. Quero lembrar aqui que a Palavra de Deus não é somente Bíblia, ela é o primeiro canal e é completada pela Sagrada Tradição e o Sagrado Magistério da Igreja. Estes três compõem a Palavra de Deus revelada aos homens. São três aspectos de igual valor. A Bíblia é a carta escrita de Deus onde ele nos revela o seu grande amor por cada um de nós. A Sagrada Tradição é o grande amor de Deus revelado através de experiências que por um motivo ou outro não foram escritas, mas os relatos destas experiências e costumes dos primeiros cristãos foram conservados e passados oralmente de geração em geração até os nossos dias. O Sagrado Magistério é o intérprete legítimo tanto das Sagradas Escrituras quanto da Sagrada Tradição, ou seja, o Sagrado Magistério é a voz da Igreja. E a voz da Igreja é a voz de Cristo.
Portanto é necessário que além de conhecermos bem a Bíblia, devemos também buscar o conhecimento da Tradição dos Apóstolos e a da Doutrina da Igreja oficializada pelo Magistério Sagrado através da perfeita interpretação dos dois primeiros.
Busquemos, caros guerreiros de Cristo, não nos esquecermos de nenhum detalhe desta grande armadura que o Senhor nos oferece. O Senhor projetou esta armadura na medida para cada um de nós, não há nada de menos e nem de mais, é completa, é exatamente o que precisamos para suportarmos qualquer ataque contra nossa salvação.
Deus nos abençoe!
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