CELIBATO
Por que a igreja católica apoia o Celibato para padres, freiras e alguns leigos?
Antes, devemos dizer que celibato é uma vida sem relações conjugais, ou seja, relações matrimoniais.
Não podemos silenciar o texto Paulino de 1Cor 7, 25-35. Que é o fundamento mais sólido da prática celibatária “Quanto às pessoas virgens, não tenho nenhum preceito do Senhor. Porém, como homem que pela misericórdia do Senhor é digno de confiança, dou apenas um conselho: (...)Estás ligado a uma mulher? Não te separes. Não estás ligado a uma mulher? Não procures mulher(...)Eu gostaria que estivésseis livres de preocupações. Quem não tem esposa, cuida das coisas do Senhor e do modo de agradar ao Senhor. Quem tem esposa, cuida das coisas do mundo e de como agradar à esposa, e fica dividido. Assim também, a mulher solteira e a virgem cuidam das coisas do Senhor, a fim de serem santas de corpo e espírito. Mas a mulher casada cuida das coisas do mundo e de como possa agradar ao marido. Digo isto para o vosso bem, não para armar uma cilada; simplesmente para que façais o que é mais nobre e possais permanecer sem distração junto do Senhor”. E não somente os textos bíblicos que recomendam o matrimônio numa leitura unilateral do texto sagrado. Analisando o texto acima, notamos que já em 56, ou seja, no terceiro decênio do Cristianismo, o Apóstolo escrevia aos fiéis de Corinto enfatizando o valor da vida una ou indivisa. Sem claro menosprezar aqueles que se casam, pois se “estás ligado a uma mulher não se separe!”, mas claro, querendo dizer que quem se casa, tem outras preocupações para santificar a família e deve se ater à fidelidade, se preocupa com as coisas do mundo e em agradar seu parceiro, pensa na multiplicação da família e fica dividido entre a família e a igreja (ovelhas) etc...não dizendo que é algo do mundo ter família, mas de se preocupar com as coisas do mundo e driblá-las para santificação da família."Não estás ligado a uma mulher? Não procures mulher. Todavia, se te casares, não pecarás; e se a virgem se casar, não pecará. Mas essas pessoas terão tribulações na carne; eu vo-las desejaria poupar".
O Apóstolo alude às tribulações acarretadas pelo casamento... Não somente àquelas que se originam na sexualidade desregrada, mas aos encargos da vida conjugal (preocupações com orçamento, salário, educação dos filhos...). - São Paulo explicita seu pensamento:
É freqüente citar-se também o texto de Mt 19, 12, em que Jesus se refere aos eunucos que se fizeram tais por amor do reino dos céus. Este texto, porém, examinado à luz dos antecedentes, alude àqueles cristãos que têm vocação matrimonial, mas fracassaram no casamento e devem viver como eunucos ou como celibatários para não trair o Cristo ou por amor do reino dos céus."Eis o que vos digo irmãos: o tempo se fez curto. - Resta, pois, que aqueles que têm esposa, sejam como se não a tivessem; aqueles que choram se regozijassem; aqueles que compram, como se não possuíssem; aqueles que usam deste mundo, como se não usassem plenamente. Pois passa a figura deste mundo."
"O tempo se fez breve". Por quê? Porque nele entrou o Eterno e Definitivo, para o qual o cristão se volta com todo o interesse, dispensando-se, enquanto possível, de todos os afazeres não estritamente necessários; ele procura concentrar-se no serviço do Eterno, ciente de que o tempo se tornou breve demais para quem tem consciência da presença do Eterno a iniciar seu reino neste mundo. A conseqüência disto é uma revisão dos valores deste mundo; são válidos, sim, mas hão de ser considerados à luz da eternidade; nenhum deles é capaz de saciar as aspirações mais profundas do ser humano. Cada um deles, portanto, é um aceno a algo de ulterior que só se realizará plenamente no além. Não há por que se derreter em lágrimas como não há por que dar gargalhadas tão efusivas... Certa reserva permanece na consciência do cristão que reconhece o caráter ambíguo e relativo dos bens passageiros. Com efeito; escreve o Apóstolo: "Passa a figura deste mundo". Tal frase compara a história deste mundo a uma peça de teatro, cujo enredo pode ser fascinante, suscitando aplausos, risos, lágrimas, diálogo,... mas enredo que o espectador sabe ser transitório a cortina cairá sobre o palco, pondo fim ao fascinante enredo, de modo que o espectador não pode estar totalmente envolvido no desenrolar do palco; Ele não pode perder a convicção de que tudo passa e só Deus fica. Ora tal convicção faz brotar na mente do cristão uma atitude virginal, atitude esta que se pode espelhar no físico do cristão, levando-o a abraçar a vida uma ou indivisa.
É, pois neste texto de São Paulo que se fundamenta a vida celibatária, que, conforme o Apóstolo, implica um carisma ainda mais elevado do que o da vida conjugal: "Procede bem aquele que casa sua virgem; aquele que não a casa, procede melhor ainda" (1Cor 7, 38).
Em suma, verifica-se que a vida uma ou indivisa é a resposta espontânea que desde os primeiros decênios o cristão, sustentado pela graça de Deus, possa dar ao anúncio do Evangelho. A virgindade consagrada e o celibato não tinham valor nem para o judeu nem para o pagão, mas sim para os cristãos. Eles brotam da consciência de que o Reino já chegou com Jesus Cristo.
Algumas passagens bíblicas parecem contradizer a essa estima da vida una.
O Apóstolo censura os que proíbem o casamento: cf. 1Tm 4, 3.” Eles proibirão o casamento, exigirão abstinência de certos alimentos, embora Deus tenha criado essas coisas para serem recebidas com acção de graças por aqueles que têm fé e conhecem a verdade.”
Aplicar-se-ia censura à Igreja? - Não. S. Paulo tem em vista pregadores gnósticos dualistas, que repudiam a matéria, considerada má por si mesma, em oposição ao espírito. Ora tal não é o modo de pensar da Igreja; ela sabe que a matéria foi criada por Deus para dar glória ao Criador. De resto a Igreja não proíbe o casamento de modo geral; ela o proíbe a quem espontaneamente abraçou o celibato juntamente com o sacerdócio ministerial. O matrimônio na Igreja é abençoado por um sacramento próprio. Nem é de crer que o Apóstolo tenha caído em contradição consigo mesmo (ver 1Cor 7, 25-35)Outro versículo que nos garante a prática, para pessoas vocacionadas, do celibato é o seguinte: "Por isso, eu vos digo: quem despedir a sua mulher – a não ser em caso de união ilegítima – e se casar com outra, comete adultério”.Os discípulos disseram a Jesus: “Se a situação do homem com a mulher é assim, não vale a pena casar-se”.
Jesus respondeu: “Nem todos são capazes de entender isso, a não ser aqueles a quem é concedido. Com efeito, existem homens incapazes para o casamento, porque nasceram assim; outros, porque os homens assim os fizeram; outros, ainda, se fizeram incapazes disso por causa do Reino dos Céus. Quem puder entender entenda”.(Mt 19, 9-12) . Ou seja, Ele foi claro que aguns tem a capacidade de entender o matrimônio seriamente, outros não tem essa vocação, não se casam, e é melhor que sirvam só a Deus e a igreja.
Os sacerdotes do Antigo Testamento
Alegam alguns: "Os sacerdotes do Antigo Testamento só eram admitidos se fossem casados, bons maridos e bons pais".
- Em resposta afirmamos que é fora de propósito recorrer ao caso do Antigo Testamento. Este é uma preparação para o Novo; os Israelitas faziam questão de se casar e ter filhos para preparar a vinda do Messias. Este objetivo já foi atingido no Novo Testamento de modo que agora o interesse do sacerdote não é ter filhos, mas concentrar suas atividades em torno do Reino do Messias. Muito embora, alguns momentos o celibato era importante como algo profético; Jeremias é claro nisso (Jr 16,1-4) Quanto mais livre de familiares, tanto mais poderá atender aos irmãos.
Não que se você casar não deve servir a Deus na igreja, você Deve! Todos devem servir a Deus, mas há aqueles que devem somente fazer isso, para o bem de toda a assembléia, ter a cabeça somente na igreja, sem preocupação de família.
2. Esposo de uma só mulher (1Tm 3, 2)
O epíscopo ou presbítero deve ser esposo de uma só mulher (cf. 1Tm 3, 2). Estaria, por isto, o padre obrigado a casar-se?
Não. O Apóstolo tem em vista uma comunidade situada em Éfeso cujos membros se converteram em idade adulta. Pois bem, dentre esses o Apóstolo deseja que sejam escolhidos para o sacerdócio homens casados (evitando os viúvos recasados). É de crer que não houvesse homens solteiros na comunidade. Esta norma do Apóstolo, em vez de favorecer o casamento dos clérigos, fala em favor da restrição do casamento, pois rejeita a ordenação de viúvos recasados.
3. Sacerdócio comum dos crentes
Dizem alguns pastores protestantes: "A idéia de que há uma divisão entre o clero e o leigo é um equívoco que se baseia na imagem de uma casa de dois andares: no andar de cima esta o clero (ekklesía), Igreja, no andar de baixo está o leigo (laikós), o povo. A Reforma Protestante do século XVI derruba essa educação falsa e afirmou o sacerdócio universal de todos os crentes".
Em resposta diremos: Jesus confiou a todos os fiéis à tarefa missionária ou o anúncio da Boa Nova a todos os homens, mas entregou somente aos Apóstolos duas faculdades sacerdotais de importância capital: a faculdade de consagrar o pão e o vinho concedida aos Doze apenas ("Fazei isto em memória de mim") e a faculdade de perdoar os pecados, também reservada aos Doze: "Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados. Àqueles a quem os retiverdes, serão retidos".
Os Apóstolos e seus sucessores exerceram tais faculdades em virtude do dom de Cristo Sacerdote, que é o sacramento da Ordem caracterizado por um tipo de vida próprio dos sacerdotes. Um sacerdote é um representante de Cristo, e Cristo viveu o Celibato
4. Motivações antropológicas
É válida a argumentação aduzida por Pastores. Bem mostra como a vida una depende da capacidade ou da estrutura humana de cada indivíduo. Estranha-se, porém, a respeito do embasamento teológico do celibato de muitos católicos; sabendo os versículos certos daria maior consistência à posição do celibato. É preciso que não haja medo de dizer toda a Verdade.
Como Elias, João Batista, João Evangelista, São Paulo e claro, o próprio Jesus.
Estes não se casaram, para viver unicamente a serviço de Deus e do anúncio de Seu reino.
Algumas pessoas pensam que era melhor se Padre se casasse, pois “acabaria" com essas coisas sujas e irregulares que infelizmente temos em algumas igrejas (pedofilia, homossexualismo, ou ainda sair com mulheres às escondidas). Mas eu pergunto, será mesmo que acabaria?Uma pessoa de má índole não segue ser padre ou freira por vocação, mas sim por comodidade e por "profissão", não mudaria, pois iria ficar priorizando só a sua vida, e de seus filhos e esposa.
Autor: Renato Silveira
Tags: Por que padre não casa Por que padres não se casam Por que freiras não casam
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3 comentários:
Olá, interessante e pertinente o assunto discutido.
A vocação é sempre o matrimonio. As freiras casam-se com Jesus e viram sua esposa fiel;Os padres casam-se com a Igreja e a ela se dedicam inteiramente; os outros são chamados ao matrimonio conjugal espiritual e carnal.
É isso mesmo Ana Carol!
Muito obrigado pelo comentário irmã.
abraços fraternos
Paz e bem
Ótimo texto parabéns, foi de grande utilidade para?mim que me preparo para assumir o celibato consagrado
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