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quinta-feira, 5 de maio de 2011

A História da Igreja : Pedro a pedra da Igreja



Resumo
Este artigo faz um breve resumo da História da Igreja ao longo dos tempos. Tenta de forma abreviada comparar as tribulações da Igreja com as tribulações de Pedro. Veremos como as tribulações de Pedro e as suas 3 negações são remediadas pela graça e perdão divino, tal como as pequenas ou grandes negações dos membros da Igreja e mesmo dos seus líderes, como era Pedro, tem também o perdão divino de Deus. Este perdão tal como aconteceu com Pedro ocorre tantas vezes quantas as negações dos membros da Igreja e nada nem ninguém vai alterar a promessa de Cristo: «as portas do inferno não prevalecerão sobre ela». O artigo conclui que esta a Igreja Católica é de facto o meio de salvação privilegiado de Deus, onde a verdade (ou seja Cristo Nosso Senhor) abunda. 
No meio protestante vemos uma contestação permanente contra o papado, dizendo que o papa ocupa um lugar que não foi instituído. Que Jesus não instituiu o papado e fez de todos os discípulos iguais. Esta igualdade existe de facto, como irmãos em Cristo, é uma dignidade que não é dada mais a uns ou a outros, mas a cada um é dado as suas funções, segundo o seu carisma e a Pedro foi dado o poder de ligar e desligar tudo na Terra, de ser a pedra e líder da Igreja. A Paulo foi dado um carisma próprio da Igreja a de evangelizar, por territórios estrangeiros e a Pedro ele ouvia. Os protestantes tem o desplante de dizer que Cristo se referia a si próprio, como sendo a pedra. Uma vulgar mentira que de forma alguma pode ser entendida do texto lido. Cristo mudou o nome do apóstolo Simão, para Cefas, que significa pedra. Foi por acaso? Ele chamou a Simão, pedra onde ergueu a sua Igreja, a quem «as portas do inferno não prevalecerão sobre ela» e de quem Cristo é a Cabeça, que transmite a todo o seu corpo santo o Espírito Santo.
«Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela.» (Mt 16, 18)

Pode ser Cristo pedra e cabeça da Igreja ao mesmo tempo? Claro que não. A pedra faz parte da casa. Ora a casa é a Igreja. Pode Cristo fazer parte da Igreja, sabendo que isso está claramente distinguido por Paulo, quando diz que o corpo é a Igreja e Cristo é a sua cabeça. Ora a cabeça está bem distinguida do corpo, tal como a Igreja está bem distinguida de Cristo e nem uma faz parte do outro, apesar de andarem juntos.

Ainda afirmam que em act 4,17 Pedro afirma que Cristo é a Pedra (segundo Irmãos.net). Outra mentira que não pode ser encontrada no texto. Os apóstolos algumas vezes podem até ter se referido a Cristo como rocha da igreja, mas em outro contexto como também disse a eles «sou a luz do mundo» e ao mesmo tempo «sede Luz do mundo» , mas neste momento, Jesus muda o nome de Simão para Cefas(que quer dizer pedra em aramaico, a língua que Jesus falou a Pedro)então se refere a Pedro ser a rocha mesmo. Senão não diria também a Pedro em sua terceira aparição após a ressurreição o seguinte <<Pedro tu me amas? APASCENTA MINHAS OVELHAS>> Pedro deveria cuidar da igreja, doutrinar, como o Papa o faz.

A história de Pedro começa com o chamamento de Cristo (Cristo diz a dada altura que «eu sei a quem chamei»), junto ao lago de Genesaré (Lc 5,1). Depois da grande pescaria, Pedro reconhece o Senhor ao qual se prostra a seus pés, dizendo:« Afasta-te de mim Senhor pois sou um homem pecador». Esta frase de Pedro é emblemática. Em parte é dividida no reconhecimento do Senhor, outra parte no reconhecimento dos seus pecados. Um episódio marcante da vida de Pedro em Comunhão com Jesus passa-se em (Mt14,22-33), quando Pedro de entre todos os discípulos tem a coragem de andar nas águas com o Senhor.
«Pedro respondeu-lhe: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas.» 29«Vem» - disse-lhe Jesus. E Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo a violência do vento, teve medo e, começando a ir ao fundo, gritou: «Salva-me, Senhor!» Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?» E, quando entraram no barco, o vento amainou. Os que se encontravam no barco prostraram-se diante de Jesus, dizendo: «Tu és, realmente, o Filho de Deus!» (Mt 14, 28-33)

Grande foi a fé de Pedro, mas sentindo a violência do vento, logo Pedro sentiu medo e falta de fé e ia-se afundando, não fosse o senhor botar-lhe a mão e salvá-lo. Outro episódio marcante foi a confissão messiânica de Pedro: «Quem dizeis vós que eu sou?» ao que Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias de Deus» (Lc 9,20).
Outro episódio muito marcante, foi as 3 negações de Pedro, que Jesus havia predito e que no final do evangelho de João, Jesus perdoa 3 vezes. Se retomarmos toda a história vemos que Cristo assentou a sua Igreja sobre aquele que o haveria de negar 3 vezes e 3 vezes o perdoa.

Ao longo da história principalmente na Idade Média onde o poder político tomou posse, sobre o poder religioso, passou a haver decadência moral na liderança da Igreja. Esta altura é também a idade em que as ordens mendicantes de São Francisco de Assis e de São Domingos, conhecidas ainda hoje como as ordens Franciscanas e Dominicanas, surgiram com grande força profética. Talvez as pessoas não saibam, mas foi também nesta Idade Média que a Igreja inventou as universidades. As Universidades são portanto uma invenção da Igreja(«Uma breve história da Igreja», August Franzen). Foi também uma altura de grande criação de arte, parte dela relacionada com a arte sacra, também de grande desenvolvimento da literatura, entre tantas outras tantas coisas boas, que surgiram na idade Média. É por isso deselegante, dizer que esta Idade Média foi a Idade das trevas, onde existia tanta luz a fluir da Igreja.

Os protestantes acusam a Igreja de ter apostatado um pouco antes do fim da Antiguidade Cristã, que durou até ao séc V (alguns até desde o ínicio, mas esses nem merecem contraditório), até à queda do Império Romano (pelo ano de 476) ao qual a Igreja milagrosamente conseguiu resistir. Ora como pode apostatar uma Igreja onde tanta luz flui e em que é notória a presença de Cristo no Seio da Igreja.

Cristo fez uma promessa e sabemos que Deus não muda com o tempo, pois é intemporal, nem muda com o espaço, pois é de facto imutável. Se a Igreja tivesse apostado, Jesus seria mentiroso (as coisa que me obrigam a dizer, para esclarecer, que Deus me perdoe), pois Ele disse: «as portas do inferno não prevalecerão sobre ela». Se a Igreja tivesse apostatado, Deus não teria falado verdade. Se Deus tivesse mudado de opinião não seria imutável, como de facto é. A imutabilidade é uma característica de Deus. «Deus é» desde o principio, pois nos disse :
« Deus disse a Moisés: « EU SOU AQUELE QUE SOU .» Ele disse: «Assim dirás aos filhos de Israel: ’ Eu sou ’ enviou-me a vós!» (Ex 3, 14).

Ora se Deus é aquele que é, quer dizer, que nunca deixou de ser, pois sempre é, nunca no passado nem no futuro, mas sempre no tempo em que tudo ocorre «Ele é», porque é de facto imutável. O seu conhecimento é sempre o mesmo, desde o principio do Mundo e o seu plano é sempre o mesmo: a salvação. Por isso a aliança selada com o sangue de Cristo, não pode ser quebrada durante algum tempo, porque isso significaria Deus deixar de «ser o que é» (mudar de opinião em relação à igreja ou a qualquer coisa é mudar o que se é e Deus não muda, pois é imutável), durante esse tempo. Isso é impossível. Dizem os protestantes que depois essa aliança foi reatada, na reforma protestante. Cabal mentira. Os membros da Igreja podem apostatar mas a Igreja não.

Resumindo, Pedro era também um líder da Igreja e negou a Cristo 3 vezes e 3 vezes foi perdoado. Também perdeu a fé quando se viu atribulado pelos ventos do mar, mas logo foi resgatado. A Igreja nunca negou Cristo, mas os seus líderes e os seus membros provavelmente fizeram-no, quando passaram por tribulações do Mundo, tal como Pedro no mar. Mas tal como Pedro que também veio a ser líder da Igreja, também eles são resgatados por Cristo e perdoados 3 vezes. Cristo sabia o que ia acontecer na Igreja e por isso dá o exemplo de Pedro, perdoando as suas negações 3 vezes, resgatando-o no momento de falta de fé. Por isso tenhamos cuidado se pensarmos em apostatar da Igreja, para ir para uma dessas igreja protestantes, porque estaremos a sair do caminho que Deus instituiu.

Esse ensinamento é um ensinamento válido , olhando para a Igreja ao longo dos tempos, de que qualquer que seja, as pequenas ou grande negações que a liderança da Igreja faça, Cristo nunca abandonará a Igreja, perdoar-lhe-á tantas vezes quantas vezes os seus membros, sejam eles líderes ou não, o negarem. Os seus membros podem apostatar, mas a Igreja nunca. Por isso é que vemos a presença de Cristo na criação das ordens mendicantes e na criação das universidades, do desenvolvimento da arte sacra e da literatura («Uma breve história da Igreja», August Franzen),na Idade Média, quando outras coisas menos boas aconteciam. Deus está sempre com a Igreja que instituiu e nenhuma outra lhe pode ocupar o lugar. Para terminar outra acusação frequente dos protestantes baseados numa leitura bem oblíqua do apocalipse é que a Igreja é a prostituta aí narrada. Ainda que  Igreja fosse a prostituta, que não é , ainda assim Jesus lhe diria:
"Nem eu te condeno, vai e não tornes a pecar" Jo 8,11
Tal como disse à mulher encontrada em falta e acusada pelos fariseus.
 Nem sequer seguir o exemplo de Jesus conseguem, e por isso não conseguem andar acompanhados pela verdade.

Ao alcance da Verdade,
Vítor Ribeiro (com a colaboração de Renato Silveira)

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