Este artigo trata do percurso de Jesus desde a entrada em jerusalém até à ressurreição. Mostra como a parábola dos homicidas contada à entrada de Jerusalém é um anúncio da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Mostra também como o povo em Jerusalém, rejeitou o Senhor depois de ouvir palavras de salvação. Aborda o Julgamento de Jesus perante Pilatos e a escolha que o Povo tinha que fazer entre dois messianismos: o de Barrabás(do aramaico Bar Abbas: "filho do pai") e o de Jesus. Resume o caminho desde a condenação até à cruz e como Simão de Cirene ao lado de Jesus, transportando a Cruz parecem significar o Homem e Deus transportando a Cruz das nossas vidas. Termina com a ressurreição do Senhor.
Páscoa
A pregação de Jesus dava-se majoritariamente na Galiléia, onde as pessoas entusiasmadas pelo poder da sua palavra e vendo as suas obras acreditavam nele(Lc 5,32). Jesus distinguirá algumas destas pessoas (outras acreditaram nele e seguiram-no), na parábola do semeador, como aquelas que ouvem com alegria, mas como não tem raíz acreditam por algum tempo e afastam-se na hora da provação (Mt 13,18-23; Mc 4,13-20;Lc 8,11-15).
Na última ida de Jesus a Jerusalém, antes da sua cruxifixão Jesus entrou triunfal na cidade em cima do jumentinho e o povo ficou em alvoroço(Mt 21,1-11). Uma das primeiras parábolas que o Senhor proclama é a parábola dos vinhateiros homicidas (Lc 20, 9-19). Esta parábola, não é mais que um resumo da história dos profetas enviados por Deus ao povo de Israel (a vinha), muitas vezes mortos e rejeitados (um exemplo é João Baptista, entre outros profetas que tiveram o mesmo fim), personificados pelos servos enviados aos vinhateiros e de um prenúncio do que iria acontecer, com a cruxifixão do Senhor em jerusalém, com o Filho (o próprio Jesus) enviado pelo Senhor da vinha ao seu povo escolhido. No final o Senhor termina:
«A esses o que lhes fará o senhor da vinha? Virá, exterminará os vinhateiros e entregará a vinha a outros».
Nesta última parte em itálico Jesus parece querer anunciar o aparecimento da Igreja, o novo povo escolhido e Universal de Deus, que iria surgir depois da ressureição de Cristo. Por ser das primeiras, ganha especial significado. Jesus parece querer desde logo anunciar o que irá acontecer.
Em Jerusalém terra de profetas, o povo maravilhava-se com a sua doutrina. São várias as passagens dos evangelhos, que nos dão testemunho disso (Mt 22,22; Mt 22,33; Mc 12,37;), no entanto tal como o povo da Galileia, também este povo parece ouvir com alegria, mas como não tem raíz neles mesmos, acreditam por algum tempo e afastam-se na hora da verdade. Sintomático disso mesmo é a escolha do povo, incitada majoritariamente pelos saduceus (os sumo-sacerdotes do templo e nem tanto os fariseus que embora, fossem muito visados por Jesus, tinham alguns pontos de concordância com a doutrina de jesus, como é o caso da ressureição dos mortos. Nicodemos é um exemplo da simpatia de um fariseu com a doutrina de Jesus), para que Jesus fosse crucificado e Barrabás (do aramaico Bar Abbas: "filho do pai") libertado. Aquele povo que tinha visto milagres e prodigios, palavras de sabedoria divina e que com alegria as tinha escutado, no entanto escolhia um salteador e um assassino, pertencente a um grupo de resistestes contra o poder romano (não se pode afirmar que fossem zelotas, como por vezes é afirmado, pois os grupos organizados dos zelotas só aparecem, pouco antes da primeira guerra judaica em 66 D.C.), provavelmente uma figura proeminente dos mesmos. Segundo aquilo que se pode apurar (segundo Flávio Josefo no seu livro Antiguidades), estes grupos propunham libertar Israel do poder romano, tal como algumas figuras proféticas, que apareciam naqueles tempos, anunciando libertações divinas espetaculares. É provável que Barrabás fosse uma dessas figuras, com pretensões Messiânicas. Em abono da verdade, o costume da libertação de um preso a pedido do povo a quando da Páscoa não aparece narrado em nenhuma fonte Judaica (Flávio Josefo, Fílon, a Misná e o Talmude), nem nas fontes romanas e por isso existem algumas dúvidas quanto à autenticidade histórica deste acontecimento narrado nos evangelhos. No entanto as fontes romanas citam inúmeros casos pontuais em que uma autoridade libertava alguém a pedido do povo («Jesus: uma Biografia» de Armand
Puig). Independentemente deste facto este acontecimento é profético: Barrabás representava um tipo de Messianismo, rejeitado por Jesus durante toda a sua pregação. O povo só tinha de escolher que tipo de Messianismo queria: um secular representado por Barrabás, ou um Messianismo, dirigido à purificação da pessoa e do Templo representado por Jesus. Sabemos qual foi a escolha do Povo:
Em Jerusalém terra de profetas, o povo maravilhava-se com a sua doutrina. São várias as passagens dos evangelhos, que nos dão testemunho disso (Mt 22,22; Mt 22,33; Mc 12,37;), no entanto tal como o povo da Galileia, também este povo parece ouvir com alegria, mas como não tem raíz neles mesmos, acreditam por algum tempo e afastam-se na hora da verdade. Sintomático disso mesmo é a escolha do povo, incitada majoritariamente pelos saduceus (os sumo-sacerdotes do templo e nem tanto os fariseus que embora, fossem muito visados por Jesus, tinham alguns pontos de concordância com a doutrina de jesus, como é o caso da ressureição dos mortos. Nicodemos é um exemplo da simpatia de um fariseu com a doutrina de Jesus), para que Jesus fosse crucificado e Barrabás (do aramaico Bar Abbas: "filho do pai") libertado. Aquele povo que tinha visto milagres e prodigios, palavras de sabedoria divina e que com alegria as tinha escutado, no entanto escolhia um salteador e um assassino, pertencente a um grupo de resistestes contra o poder romano (não se pode afirmar que fossem zelotas, como por vezes é afirmado, pois os grupos organizados dos zelotas só aparecem, pouco antes da primeira guerra judaica em 66 D.C.), provavelmente uma figura proeminente dos mesmos. Segundo aquilo que se pode apurar (segundo Flávio Josefo no seu livro Antiguidades), estes grupos propunham libertar Israel do poder romano, tal como algumas figuras proféticas, que apareciam naqueles tempos, anunciando libertações divinas espetaculares. É provável que Barrabás fosse uma dessas figuras, com pretensões Messiânicas. Em abono da verdade, o costume da libertação de um preso a pedido do povo a quando da Páscoa não aparece narrado em nenhuma fonte Judaica (Flávio Josefo, Fílon, a Misná e o Talmude), nem nas fontes romanas e por isso existem algumas dúvidas quanto à autenticidade histórica deste acontecimento narrado nos evangelhos. No entanto as fontes romanas citam inúmeros casos pontuais em que uma autoridade libertava alguém a pedido do povo («Jesus: uma Biografia» de Armand
Puig). Independentemente deste facto este acontecimento é profético: Barrabás representava um tipo de Messianismo, rejeitado por Jesus durante toda a sua pregação. O povo só tinha de escolher que tipo de Messianismo queria: um secular representado por Barrabás, ou um Messianismo, dirigido à purificação da pessoa e do Templo representado por Jesus. Sabemos qual foi a escolha do Povo:
«A Pedra que os construtores rejeitaram, transformou-se em pedra angular» (Mt 21, 42).
Jesus foi condenado.
Habituei-me a ver nos evangelhos a relação que Deus tem conosco. Jesus há dois mil anos era o «Deus conosco», mas a forma com que o Deus visível, em Jesus, se correlacionava e agia entre o povo, não é diferente da forma como o Deus invisível dos dias de hoje se relaciona com as pessoas. Ao contrário de João Baptista que fazia a sua pregação esperando que as pessoas fossem ao seu encontro, Jesus é um profeta itinerante que vai ao encontro dos pecadores, para os redimir. Assim também faz Deus com o homem nos dias de hoje. A história da Bíblia não é um conjunto de acontecimentos ao acaso, que acontecem é claro segundo a contingência temporal humana, mas todos tem um sentido profético. No caminho para a crucifixão os guardas romanas fazem com que Simão de Cirene, ajude Jesus a carregar a Cruz que leva aos ombros. Esta é uma imagem magnífica. Homem e Deus lado a lado parecem querer significar a cruz que temos de suportar durante as nossas vidas. Aquele acontecimento que à partida parece ser forçado, e aleatório, acontecendo segundo a contingência, parece ser a vontade Deus de nos dizer que podemos ter esperança, porque nunca carregaremos a nossa cruz sozinhos. Haverá sempre Deus a nos ajudar a carregar a nossa cruz.
O que aconteceu depois já conhecemos: Jesus é crucificado. Aquilo que à partida parecia uma derrota, ao fim do terceiro dia torna-se numa grande vítória, consumada na ressurreição. O que diz Jesus aos seus discípulos, mantém-se actual para todos os seus discípulos dos dias de hoje:
«Tende coragem eu venci o Mundo» (Jo 16,33)Uma boa Páscoa.
por Vítor Ribeiro
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Parabéns Vitor pelo artigo! Senti a presença de Deus ao lê-lo, com certeza fostes guiados pela sabedoria do Espirito Santo. Em especial, o que mais me tocou foi a parte da Cruz a qual nunca havia pensado por esse ponto de vista. Deus te abençoe!
ResponderExcluirLuciane
Obrigado Luciane. Gostava de ter aprofundado mais esse tema da cruz, no post, mas agora já não vou alterar, mas deixo a minha reflexão aqui. Refleti sobre o assunto e cheguei à conclusão de que o que Deus nos quer dizer é que o caminho para a salvação é um caminho partilhado entre Deus e o homem, tal como o caminho para o cálvário partilhado entre um homem (Simão de Cirene) e Deus (Jesus Cristo). No final a última palavra sobre se somos salvos ou não é de Deus. Issso significa que no final das nossas vidas ou veremos apenas o Cristo Cruxificado e morto, ou veremos o cristo ressureto, tal como viram naquele tempo todos os que creram em Cristo até ao fim. Os que não creram só viram o Cristo cruxificado e morto.
ResponderExcluirParabéns pelo Blog!
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